Sinopse

"Neste espaço encontra-se reunida uma coletânea dos melhores textos, imagens e gráficos sobre o futebol, criteriosamente selecionados e com o objetivo de contribuir para a informação, pesquisa, conhecimento e divulgação deste esporte, considerando seu aspecto multidisciplinar. A escolha do conteúdo, bem como o aspecto de intertextualidade e/ou dialogismo - em suas diversas abordagens - que possa ser observado, são de responsabilidade do comentarista e analista esportivo Benê Lima."

sábado, julho 31, 2010

Esportistas ainda podem se inscrever para o Bolsa-Atleta

Atletas de todo o país ainda podem se inscrever para o programa Bolsa-Atleta, benefício oferecido pelo Ministério do Esporte custear os treinamentos. O prazo foi prorrogado para o dia 16 de agosto. A medida foi tomada após problemas técnicos no site do ministério, o que atrapalhou as inscrições. Com apenas 20 dias desde a abertura, três mil atletas de todo o país já se inscreveram para participar do processo de seleção do programa.

Conheça mais sobre o programa Bolsa-Atleta

Bolsa-Atleta

Para a inscrição na Categoria Estudantil, é exigido ter 12 anos completos, estar matriculado em instituição de ensino pública ou privada, ter alcançado o 1º, 2º ou 3º lugar nas olimpíadas escolares ou nas olimpíadas universitárias (jogos organizados pelo Ministério do Esporte com a parceria do COB) em esportes individuais ou estar entre os 24 melhores atletas selecionados nos esportes coletivos durante o ano de 2009. O mesmo se aplica aos três primeiros classificados nos campeonatos paraolímpico escolar e universitário brasileiros.

Para concorrer ao benefício na categoria nacional, é necessário ter 14 anos completos, estar vinculado a uma entidade de prática desportiva (clube), ter filiação à entidade de administração de sua modalidade, tanto estadual (federação) como nacional (confederação), ter participado de competição em 2009 tendo obtido a seguinte classificação: de 1º a 3º lugar no evento máximo nacional organizado pela entidade nacional de administração de sua modalidade, ou de 1º a 3º lugar no ranking nacional por ela organizado.

A inscrição na categoria internacional é permitida para quem tem 14 anos completos, está vinculado a uma entidade de prática desportiva (clube), tem filiação à entidade de administração de sua modalidade, tanto estadual (federação) como nacional (confederação), tenha participado de competição em 2009 tendo obtido a seguinte classificação: de 1º a 3º lugar em campeonatos mundiais de sua modalidade; jogos ou campeonatos pan-americanos e parapan-americanos, ou jogos ou campeonatos sul-americanos.

Já para a inscrição na categoria olímpica e paraolímpica, é necessário ter 14 anos completos, estar vinculado a uma entidade de prática desportiva (clube), ter filiação à entidade de administração de sua modalidade, tanto em nível estadual (federação) como nacional (confederação), ter integrado na qualidade de atleta a delegação brasileira na última edição dos Jogos Olímpicos ou Paraolímpicos e outros critérios fixados pelo Ministério do Esporte.

Ascom - Ministério do Esport

Seminário Latinoamericano Rádio e Educação terá a cidade de Fortaleza (CE) como sede

Seminário Latainoamaricano... bannerSugestão de pauta: Contexto Esportivo / Gualber Calado

Acontece entre os dias 9 e 12 de agosto de 2010, em Fortaleza (CE), o Seminário Latinoamericano Rádio e Educação - Vozes em Sintonia. Promovido pela ONG Catavento Comunicação e Educação, em parceria institucional com a Universidade Federal do Ceará, o seminário vai discutir a temática do rádio educativo a partir de três eixos: Rádio Educativo e Educação, Rádio Educativo e Escola e Rádio Educativo e Mobilização Comunitária. Está confirmada a participação de palestrantes do Equador, Colômbia, Argêntina, Venezuela e Brasil. Entre eles, Fernando López, da Associação Latinoamericana de Educação Radiofônica (Aler), Marubi Arcas, do Ministério do Poder Popular para a Educação da Venezuela, Ismar Soares, do Núcleo de Comunicação e Educação (USP), e Cicília Peruzzo, da Universidade Metodista de São Paulo.

A ideia do seminário é realizar um intercâmbio entre as várias experiências desenvolvidas com rádio educativo, possibilitar uma mostra das produções radiofônicas que vêm sendo elaboradas nessas experiências e, ainda, o desenvolvimento de estudos e pesquisas sobre a temática. É também objetivo do evento sensibilizar os gestores públicos para a importância de se fomentar políticas públicas visando à inserção da comunicação nos ambientes educativos. A inscrição para apresentação de trabalhos acadêmicos já está aberta.

Para realizar a inscrição e se manter informado sobre a programação do seminário, basta acessar o site www.catavento.org.br/seminario2010. São convidados a participar professores e pesquisadores de universidades e centros de ensino, estudantes universitários, estudantes de educação básica, educadores, comunicadores, técnicos de organizações que desenvolvem ações de comunicação e educação, gestores públicos e demais interessados na temática. A organização do evento está cadastrando a participação de caravanas de estudantes de outros estados, para viabilizar alojamento gratuito em Fortaleza.

:: Serviço
Seminário Latinoamericano Rádio e Educação - Vozes em Sintonia
Data: 9 a 12 de agosto de 2010
Local: Hotel Oásis Atlântico (av. Beira Mar, 2500 – Fortaleza - CE)
Mais informações: www.catavento.org.br/seminario2010

Seminário Latino... Apoiadores.

Consultor do Sinaenco expõe as dificuldades do Brasil para sediar a próxima Copa do Mundo de futebol

Jorge Hori, em entrevista exclusiva, fala sobre os estádios brasileiros, sobre a exclusão do Morumbi para a abertura da Copa e os problemas e possíveis soluções para a infraestrutura e mobilidade urbana

Luciana Tamaki

A Fifa (Federação Internacional de Futebol) afirmou na quarta-feira, 16 de junho, que o estádio do Morumbi está fora da Copa do Mundo de 2014. Dessa forma, a cidade de São Paulo fica sem palco para receber as partidas de futebol e a abertura do mundial. Na opinião de Jorge Hori, consultor do Sinaenco (Sindicato Nacional da Arquitetura e Engenharia Consultiva), a exclusão do estádio é uma questão muito mais de caráter político do que técnico.

O consultor acredita que sem o Morumbi, o Mineirão seria uma das melhores opções para a abertura dos jogos, mas Belo Horizonte tem que adequar sua hotelaria. Se as obras de Brasília ficarem prontas, a abertura será lá. Se nada disso acontecer, sobra para o Maracanã ou mesmo o estádio paulista pode voltar a ser cogitado.

Em entrevista, Hori também fala como o jogo político e falta de planejamento podem dificultar a realização da Copa do Mundo de 2014 e quais são os principais gargalos do Brasil do ponto de vista da mobilidade e urbanismo. Confira:

Agora é oficial, o Morumbi foi excluído da Copa do Mundo de 2014. Há chances da cidade São Paulo ainda ter algum estádio nos jogos ou não?

A meu ver não, para receber a abertura não. Caso a cidade de São Paulo aceite não receber a abertura da Copa, além do Morumbi, também poderia ser utilizada a Arena Palestra Itália, que tem condições de receber semifinais e, dependendo do caso, até mesmo as quartas-de-finais. Mas a exclusão do Morumbi é muito mais um problema de caráter político do que técnico…

Por que político?

Não compensa para o São Paulo, como clube privado, fazer um investimento de R$ 600 milhões, sendo R$ 300 milhões sem retorno. A ideia era o poder público assumir, mas ele não pode porque é uma área privada. Fazer isso em área privada implica todo um processo burocrático e político. Precisa ter Compound TV [área para os caminhões de transmissão de TV], área para as villages, que são investimento sem retorno, e seria preciso derrubar as piscinas, quadras de tênis. O clube tentou alocar o Compound TV no campo de treinamento e a Fifa não aceitou. O jogo é o seguinte: se a abertura não for no Morumbi, vai ser aonde? Na verdade, o processo foi caminhado para a abertura ser em Brasília. Mas aí houve o problema com o Arruda (José Roberto Arruda, ex-governador do Distrito Federal, envolvido em escândalo de corrupção), e agora o pessoal está correndo. Talvez ainda seja lá, é muito difícil. Eu acho que não vai dar tempo. Do ponto de vista do estádio, a melhor solução seria o Mineirão. Com a reforma ele vai ficar muito bom, com áreas externas enormes, mas não há hotel cinco estrelas. Em dois anos poderiam ser feitos os hotéis, há projetos prontos. Mas se depois eles não tiverem público, os empreendedores não vão fazer. Eles estão esperando um plano estratégico de Minas Gerais para desenvolver o turismo de negócios. Mas o governo mineiro tem outras prioridades, não entendeu que isso é necessário.

Então onde pode ser a abertura dos jogos?

Se não for em São Paulo, vai ser no Maracanã. Talvez ainda seja em São Paulo. Mais à frente, São Paulo vai voltar a ser abertura porque não tem opção. Essa é a minha previsão. Essa volta ao projeto de R$ 380 milhões era previsível, porque tem retorno, uma parte é financiada pelo BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Social] e outra por patrocínio, vende-se camarotes etc. A Fifa não vai dizer onde vai ser a abertura agora. Só vai dizer “Se o Morumbi decidiu sair, tudo bem”. Mais à frente, se finalizar [o estádio em] Brasília, vai ser Brasília. Se resolver o problema de hotelaria em Belo Horizonte, vai ser lá. Se não, vai ser no Maracanã, ou, se por uma série de condições não puder, vai ser em São Paulo.

O Brasil já está marcado pelos atrasos em relação ao início das obras dos estádios para a Copa. Há as etapas de licitação, captação de recursos e obras. Qual vem sendo o maior entrave? Estes atrasos ocorreram exclusivamente por ser o Brasil, ou as exigências da Fifa também teriam o mesmo resultado em outros países?

A primeira questão é cultural. As coisas estão atrasadas porque nós não temos uma cultura e seriedade de planejamento. Planejamento não é somente elaborar planos, mas decidir por antecipação. É preciso decidir antes, planejar, projetar e preparar para poder executar. Quando se trata de algo com data marcada e que não pode ser adiado, é necessário um planejamento de trás para frente, do fim para o começo, saber quanto tempo leva cada etapa para saber quando tem que começar. Esta é a lógica da Fifa. Quando ela impõe um prazo inicial, ela calcula um cronograma razoável, e, à medida que ele se defasa, fica mais apertado.

Então estamos atrasados…

Todas as decisões já deveriam ter sido tomadas em 2008, e nós estamos dois anos e meio depois disso. A decisão da escolha do Brasil foi no final de 2007, e além disso ele era o único candidato. O planejamento poderia ter começado no final de 2007. Quando foi feito o Enaenco [Encontro Nacional de Arquitetura e Engenharia Consultivas], em novembro de 2007, dissemos que o planejamento deveria começar naquela data. 2008 era para planejar, 2009 desenvolver os projetos, e 2010 obras já em andamento. Esse seria um calendário com folga para estar tudo pronto em 2013, para a Copa das Confederações. As obras já deveriam ter começado no segundo semestre de 2009.

E por que está atrasado?

Governo e CBF (Confederação Brasileira de Futebol) afirmam que não estamos atrasados, uma vez que não há calendário. Mas o fato é que para os prazos usuais está. Os projetistas e consultores têm uma ideia de quanto tempo se leva. Uma alegação para não se ter tomado as decisões em 2008 era de que as cidades não tinham sido escolhidas, mas algumas eram óbvias. A grande razão é que há um jogo para saber quem põe o dinheiro: se é o estado, a União ou se é privado. Neste caso, o presidente Lula afirmou que a União não vai colocar dinheiro nos estádios. As pessoas pensam que depois se daria um jeito, mas não deu e não vai dar. A expectativa é que dê daqui a dois anos, quando chegar no momento da “vergonha nacional”. Isso não é um jogo sério. A primeira razão, então, é a expectativa de que a decisão do Governo Federal não valesse. A iniciativa será ou privada ou dos estados. A outra razão dos atrasos é a ilusão de que se teria investimento privado, alimentado pelos interesses dos grupos que vieram ao Brasil e mostraram interesse. Mas, na realidade, o interesse é de negócios, se não houver viabilidade não vai ser feito, como com uma PPP ou contribuição do governo.

Maracanã pode ser o substituto do Morumbi para a abertura da Copa

E há estádios que podem receber esses recursos?

Essa expectativa de recursos privados é a outra razão do adiamento, que também é uma questão cultural. O Mineirão é viável, o Maracanã depende de quanto será investido, e os estádios privados eventualmente também dependem desses recursos. A conta é muito simples, e começa em quanto se vai investir por assento. Com 60 mil assentos, pela experiência internacional, o estádio deve ter 70 jogos por ano, com ocupação média de pelo menos 60% e ingresso com preço médio na ordem de R$ 50. Só há três estádios que têm mais de 70 jogos por ano: o Mineirão, o Maracanã e o Serra Dourada, porque são estádios públicos onde os clubes principais não têm estádio próprio. No calendário de futebol do Brasil, há os campeonatos estaduais, Copa do Brasil e Brasileirão. Joga-se no estádio do mandante, e com 20 clubes (no Brasileirão) há 19 jogos do mandante. Que sejam mais 19 jogos do estadual e Copa do Brasil, são 38 jogos, praticamente metade do necessário. Se, então, há dois times, como em Minas Gerais são o Atlético e o Cruzeiro, são 76 jogos.

E quanto às exigências da Fifa?

A Fifa não quer pista de atletismo, por exemplo. Houve uma resistência dos projetistas a aceitar isso. Em 2007, 2008, foram apresentados os primeiros projetos, e o único que atendia à Fifa era o Atlético Paraense, que projetou as villages. Nenhum outro projetou. Elas foram colocadas dentro do estádio, ou seja, não entenderam integralmente a concepção de village. O atendimento às exigências da Fifa foi uma briga com os projetistas, e, no meio do caminho, grande parte dos estádios contrataram empresas estrangeiras acostumadas a trabalhar com a Fifa. As exigências são a razão de atraso na medida em que houve esse confronto, na tentativa de dar um jeitinho, testando o quão rigorosa é a Fifa. Ela é extremamente rigorosa na fase inicial, depois flexibiliza, como fez na África. Esse jogo estratégico talvez foi levado ao limite. 

As obras de infraestrutura no Brasil também tendem a atrasar, vide a Linha Amarela do metrô de São Paulo, inicialmente prevista para 2007 e agora com previsão de conclusão da linha inteira somente para 2012/13. Já precisamos nos preocupar em relação às obras para 2014?

São poucas as obras de infraestrutura diretamente vinculadas à Copa, como as obras de acessibilidade aos estádios, hotelaria e aeroportos. A questão principal é a acessibilidade, e não a mobilidade, porque, para efeito dos jogos da Copa, são feitas operações especiais. Isso acontece na África do Sul. Tem crise, mas no dia dos jogos não há problema, são feitos acordos com gangues etc. São poucos os casos em que há problema de acessibilidade. No caso de Recife, o estádio será num lugar novo. Nos outros, há necessidade de transporte coletivo, como é o caso de Cuiabá. A acessibilidade é a melhoria do sistema, e é como na África do Sul: se der para fazer, tudo bem, se não, vai ficar como está. Quando a comissão da Fifa veio ao Brasil, ficaram apavorados com o trânsito. Não teve operação especial, com batedores.

Principais aeroportos do país já operam com capacidade máxima. Demanda vai aumentar durante os jogos

Há algum gargalo na infraestrutura?

Aeroportos. Pelo tamanho do Brasil, a grande movimentação dos turistas externos para ver os jogos é aérea. São oito grupos com quatro times, e seis jogos que não são no mesmo lugar. Os times precisam viajar, e os turistas de seus países vão acompanhá-los. Então, durante a Copa, há uma grande movimentação interna, que acaba entrando no horário de pico – ou na partida ou na chegada dos destinos. Para resolver o problema de mobilidade urbana, a solução é simples: antecipar as férias escolares. Aí, resolve-se o problema da mobilidade urbana, mas com férias escolares as pessoas vão viajar. É mais gente circulando pelo país, e vai aumentar a demanda de movimentação aérea. Daquilo que é essencial para a Copa, ou seja, acessibilidade urbana e regional, a urbana não é o maior problema, e sim a regional e internacional. A maior parte dos aeroportos já está com supercapacidade, e as soluções estão atrasadas.

Mas elas vão acontecer?

Vão acontecer, mas estão atrasadas e a razão é muito simples. A solução, em grande parte, é a privatização. O governo já percebeu isso, mas não quer fazer porque é ano eleitoral, e o governo se manifestou contra a privatização, a Dilma é ou pelo menos eleitoralmente é contra, e é inaceitável que o governo promova isso. Tem um caso que já poderia estar definido e está atrasado, que é São Gonçalo do Amarante (Grande Natal-RN), o processo de concessão acabou de começar [foi assinado decreto de concessão pelo presidente Lula em 9 de junho].

Um grande legado dos Mundiais da Fifa é o incremento do turismo. O que precisa ser melhorado no Brasil, além dos projetos de infraestrutura previstos, que pode ajudar nesse setor?

Há dois tipos de legado: um é pela mobilização, o que a sociedade brasileira e a mídia se mobilizam em função da Copa, é a grande oportunidade para o país dar um salto, para que este país, em 2014, seja outro país, um país moderno. Investimentos em saneamento, ou mesmo em infraestrutura, combate à poluição e aos grandes problemas, este seria o grande legado da Copa. Esse conceito não está colocado, não está acontecendo. A Espanha fez com Barcelona nos Jogos Olímpicos. O outro legado é o afluxo turístico, mas isso é menor. O maior legado é passar para um novo estágio de país, em função dessa movimentação social. O que seria o grande ganho do Brasil, do ponto de vista da imagem, é que não somos o país do carnaval, mas um grande país industrial. Esse processo é lento, mas já poderia estar sendo planejado.

Como garantir que não só as capitais-sede da Copa se beneficiem da visibilidade do país na Copa e possam ter seu turismo incrementado?

Há dois tipos de turismo: de lazer e de negócios. O de lazer tem o melhor marketing e o mais barato. A gente acha que sim, mas o mundo não conhece o Brasil. Muitos turistas passarão a se interessar e vão conhecer. A Embratur está cuidando desta preparação. Mas cidades como São Paulo, Curitiba, Belo Horizonte e parcialmente Porto Alegre, não são pólos de turismo de lazer, mas de negócios. Não há nenhuma estratégia definida pela Embratur [Empresa Brasileira de Turismo]. E esse é o grande problema de Belo Horizonte: a cidade não tem turismo de negócios e não tem hotelaria cinco estrelas. Se tivesse, seria ela a sediar a abertura facilmente. No caso de Curitiba, o turista estará atraído para Foz do Iguaçu. O turista que vem para a 1ª fase, em 10 dias tem três jogos. Temos que organizar pacotes de turismo com programas para 240 horas. Discuti isso com o pessoal de Cuiabá e Campo Grande. Era bobagem Campo Grande gastar R$ 500 milhões para fazer estádio, porque os turistas vão se atrair para o Pantanal e outros lugares. É preciso um planejamento logístico para aproveitar e mostrar outros atrativos além das cidades-sede. A visibilidade é regional; não é Manaus, é Amazônia.

São necessários investimentos públicos? Em sua opinião, eles vêm sendo bem direcionados?

Alguns investimentos públicos são necessários, para melhorar acessibilidade aos pontos. Em minha opinião, não estão sendo bem direcionados. Não tem uma estratégia do Brasil como potência turística. Tem uma iniciativa do Ministério do Turismo, da Embratur, mas não do Governo Federal, que tinha que assumir pela Casa Civil, coordenando um planejamento nacional que considere todos esses segmentos.

Cidades menores que receberão jogos da Copa, como, por exemplo, Manaus, teriam mais facilidade e possibilidade de serem remodeladas para receber os jogos. Cidades maiores, como o Rio de Janeiro, precisariam de muito mais investimento para que se sinta os benefícios de infraestrutura. O senhor concorda?

Nos casos de Manaus e Cuiabá, por exemplo, uma grande obra resolve os problemas críticos. Em Manaus, vai ser feito um monotrilho como solução de mobilidade urbana, embora eu não ache a solução mais adequada. O estádio de Manaus fica em uma área muito densa, o problema é de mobilidade. Em Cuiabá, o gargalo é Várzea Grande, o município onde fica o aeroporto. Para chegar ao centro de Cuiabá, há ruas pequenas. Com um BRT [Bus Rapid Transportation], não se resolve somente o problema de mobilidade do estádio, mas também no eixo estrutural. No caso do Rio de Janeiro e São Paulo, não há alternativa a não ser transporte coletivo. Em alguns casos metrô ou VLT [Veículo Leve sobre Trilhos]. A única discussão maior que eu vejo é sobre o metrô de Belo Horizonte. Não é a melhor opção, mas sim fazer um BRT, que vai ser feito. Recife tem uma situação esquisita. Será criada uma área nova, com projeto de urbanização, além da malha urbana. É preciso ampliar a infraestrutura, para chegar até lá.

Estádio em Brasília, na opinião de Hori, fatalmente será um “elefante branco”. Custo deve ficar por conta do poder público.

Como evitar que os novos estádios se tornem “elefantes brancos”?

Não é possível. Vamos ter uma manada de elefantes brancos. Alguns casos se justificam com o turismo, nos outros, vai ser um custo assumido pelo poder público.

Os estados vão ser onerados, é isso?

Também há a ilusão de que, fazendo uma arena multiuso, pode se viabilizar ao longo do tempo. Mas o mercado de shows para uma arena acima de 40 mil pessoas é pequeno. Shows de massa são de 25, 40, 60 mil ou mais. Estes últimos são raros, como da Madonna. Em algumas cidades, para um show de 40 mil faz-se uma instalação em campo aberto que é mais barato que pagar aluguel do estádio. As três únicas cidades que têm capacidade para shows desse tamanho são São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro, nesta ordem. E os de Brasília são mais caros. As outras cidades não têm público.

As capitais do Brasil, mesmo as mais desenvolvidas (ou principalmente elas), lidam com questões como lixo nas ruas, trânsito etc. Além da óbvia má impressão sobre a cidade, essas dificuldades podem vir a diminuir o turismo durante a Copa?

No entorno dos estádios e dos hotéis não vai haver lixo e sujeira. É uma solução de “higienização”, isso é inevitável. Não é que não possa haver soluções estruturais, mas se não resolver, é uma política higienização. São feitos acordos de rua, com gangues, e quem não cumprir está morto. Você não sabe que as coisas são feitas assim? Não pode perturbar os turistas na hora de uma festa nacional.

Sobre a sinalização nas ruas, você já criticou que a nomenclatura nas ruas não é coerente com os guias. Isto é um problema de todas as capitais?

Não é generalizado, mas há um problema de sinalização e de educação, como a polícia, que deve orientar. E tem a questão do estudo de idiomas, para haver um mínimo de comunicação. As perguntas dos turistas são simples, é inglês de orientação. As escolas de inglês estão se orientando para oferecer esses cursos instrumentais.

Nas grandes cidades, a segurança é um ponto crítico. O que deve ser feito para melhorar essa questão? Há possibilidade de ações permanentes, ou seja, que continuem depois de 2014, para o benefício da população das cidades?

Durante a Copa, serão operações especiais, em todos os sentidos: segurança, trânsito, limpeza etc. Medidas estruturais dependem muito das cidades. O grande problema de segurança é a corrupção. Como se resolve isso?

Para Brasília, o que falta é somente a construção do estádio?

Sim, e este sim seria um elefante branco, mesmo Brasília sendo o único estádio que tenha viabilidade como arena multiuso. Ele está sendo projetado para ser uma arena multiuso para shows, onde eventualmente se jogará futebol. E tem que ser realizado pelo menos dois megashows por mês.

O monotrilho previsto até o estádio ainda se justifica? Ele terá demanda suficiente depois da Copa?

O monotrilho não está vinculado à Copa, é uma solução para ligar a estação do metrô da Vila Sônia à linha Norte-Sul para chegar em São João. Para fazer essa integração, haverá uma passagem pelo aeroporto e pelo estádio, que hoje está no “nó”. Do ponto de vista de planejamento de transporte, precisaria ser melhor estruturado, e não pensado só para a Copa. Evidentemente que a Copa é uma oportunidade, mas só o estádio não justifica.

As obras para a Copa de 2014, assim como obras para as Olimpíadas, vêm gerando um “boom” de demanda de mão de obra. O setor de construção civil, por outro lado, vem num processo de industrialização de suas obras, justamente pela falta de mão de obra restante a esse setor. Após esse período de jogos (Copa e Olimpíadas), qual deve ser o cenário de mão de obra no Brasil?

Favelão. Esse é o grande problema, e que o pessoal da construção civil esconde. As obras são grandes empregadoras, mas elas têm começo, meio e fim, e no final elas são grandes desempregadoras. Se não houver uma continuidade de obras, se este fim não vira começo, o que acontece? Apesar de o Brasil ser essencialmente urbano, ainda há muita migração, não só rural-urbana como urbana-urbana. Quando há grandes obras, há migração para esses locais, e esses migrantes não voltam mais. Aqui no Brasil não é como na China, onde há passaporte interno. Os operários que trabalharam nas obras das Olimpíadas de Pequim foram obrigados a voltar para o campo. Aqui, eles não vão embora. Enquanto esperam que a vida seja melhor do que onde estavam, ficam na expectativa de um novo emprego. Enquanto não conseguem, ficam na favela e vão viver de bico. A “cidade informal” é decorrência das grandes obras. A favela de Duque de Caxias (Rio de Janeiro) é decorrência do pólo petroquímico. Cubatão, Vila Parisi, é implantação da Cosipa. As Cotas são implantação da Via Anchieta. Camassaí, na Bahia, é o pólo petroquímico. Heliópolis é a implantação da indústria automobilística de São Bernardo.  As grandes favelas ou foram acampamentos de obras ou são próximas a elas. Então há dois grandes problemas: um é a carência de mão de obra para as grandes obras, e aí se busca pessoal em outros lugares. Hoje, o domínio de qualificação é maior, não é mais permitido fazer acampamento, justamente porque ele vira favela. O outro é depois. Além disso, nós vamos enfrentar problemas iguais aos da África do Sul: greves. É natural, o sujeito vê que a construção está precisando, e se organiza para pedir mais salários. O consultor vai ao limite, e lá se entra em greve e paralisa a obra.

E isso acontecerá no Brasil todo?

Talvez nos grandes centros o problema seja menor, por causa dos acertos com as lideranças sindicais. Mas onde a liderança é mais difusa, não se controla.

Qual seria a solução?

Sempre a solução é o planejamento. Quando se planeja, não há grandes picos e vales, não precisa trazer tantos migrantes, pode-se usar mão de obra local, melhorar a condição de vida de quem já está lá. Quando se atrasa uma obra, há aqueles momentos onde se tem muita gente. A solução sempre é o planejamento, e é exatamente o mais difícil, e que já deveria ter sido feito. 

Jorge Hori é consultor do Sinaenco e responsável pelos estudos preparatórios para a Copa do Mundo de 2014. Há mais de 40 anos Hori presta consultoria em administração a governos, empresas públicas e privadas e entidades do terceiro setor. Participou da organização inicial das empresas Emplasa (Empresa Paulista de Planejamento Metropolitano AS), CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), Banco do Povo Paulista e outras, além da reorganização de entidades como DER-SP (Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de São Paulo). Já foi dirigente de empresas do Grupo Camargo Corrêa.

Fonte: www.piniweb.com.br

Elenice Tamashiro, gerente do programa Changemakers da Ashoka

Por Bruno Camarão

Gestora ligada a projetos sociais fala do desafio “Transformando Vidas Através do Futebol”

                                                      Elenice Tamashiro ===>

O esporte possui potencial para realizar transformações e apresentar inovações também no campo social? A resposta para a Ashoka e o programa Changemakers é positiva. E o trabalho dessa equipe de inovadores para planejar estratégias de mudanças e inspirar outros entusiastas não poderia deixar o futebol fora do contexto.

Nasceu, então, o desafio “Transformando Vidas Através do Futebol”, cujo objetivo é conhecer ideias inovadoras sobre como a modalidade coletiva mais popular do mundo pode alavancar o potencial dos jovens, fortalecer suas comunidades, impulsionar o desenvolvimento e acelerar mudanças na sociedade. O projeto é uma parceria da organização com a Nike, tradicional marca e fabricante de materiais esportivos.

“A experiência com este desafio, em âmbito global, demonstrou que existem projetos estruturados com resultados concretos, na forma como estão mudando vidas de milhares de pessoas através do futebol, com forte orientação educacional para fortalecer os jovens para aumentar sua participação cidadã e ajudar a desenvolver suas respectivas comunidades”, explica Elenice Tamashiro, gerente do programa Changemakers da Ashoka.

Além da responsabilidade com a questão da saúde dos jovens e o oferecimento de um caminho para a construção de uma cultura de paz e respeito à diversidade, o desafio tem a intenção de agregar cada vez mais pessoas para participar do “time”.

Como aponta Elenice, desde o dia 27 de julho qualquer internauta pode votar em um prêmio que distribui um total de U$ 90.000,00 para as melhores ideias que utilizam o futebol para a mudança social. O “Transformando Vidas Através do Futebol” tem 293 inscrições de projetos em 63 países, sendo 36 inscrições somente no Brasil.

Iniciativa da Ashoka, organização mundial, sem fins lucrativos, pioneira no campo da inovação social e trabalho e apoio aos empreendedores sociais, o programa Changemakers se desenvolveu com base no histórico e na experiência da organização e na crença da construção de uma sociedade global onde “todos podem mudar o mundo”.

Trata-se de uma comunidade on-line que identifica projetos inovadores e permite aos seus membros colaborarem entre si para encontrar as melhores soluções para os problemas sociais mais urgentes. Em época de Copa do Mundo, e de olho na edição de 2014, que será realizada no Brasil, a confiança é que novos pensadores se sintam mobilizados a dar sua contribuição ao planeta.

“O jovem é a força motriz de futuras gerações, podendo causar impacto positivo uma vez que ele receba acesso à informação correta, o caminho para se atingir determinado objetivo, um mundo de possibilidades que é o futebol. A modalidade pode oferecer para ele essa mudança de realidade, mostrar-lhe que é possível mudar, fazer acontecer, multiplicar as ações para impactar mais gente”, acredita Elenice, que aprofunda a discussão nesta entrevista à Universidade do Futebol.

Universidade do FutebolQual é a proposta essencial da Ashoka e quais os principais objetivos do programa Changemakers?

Elenice Tamashiro – A Ashoka é pioneira no campo da inovação social. A missão é contribuir para criar um setor social empreendedor, eficiente e globalmente integrado, e a visão dela é “todo mundo pode mudar o mundo”.

A proposta essencial da organização é provocar transformação social com prática do conceito do empreendedorismo social em vários campos de atuação, como saúde, educação, participação cidadã, direitos humanos, desenvolvimento econômico e meio ambiente.

A proposta é colocada em prática através da seleção e investimento em empreendedores sociais, criação de estruturas /sistemas que possam apoiá-los de maneira a expandir suas inovações (projetos inovadores) e provocar a mudança também através de suas comunidades – onde entra o conceito do “todo mundo pode mudar o mundo”.

O Changemakers é uma iniciativa da Ashoka, que se desenvolveu com base no histórico e na experiência da organização e na crença da construção de uma sociedade global onde “todos podem mudar o mundo". É uma comunidade on-line que identifica projetos inovadores e permite aos seus membros (inovadores - dentro e fora da rede Ashoka -, investidores e entusiastas) colaborarem entre si para encontrar as melhores soluções para os problemas sociais mais urgentes.

O “Changemakers é um sólido ‘laboratório’ para lançar, aperfeiçoar e ampliar novas ideias, permitindo aos membros de nossa comunidade mais oportunidades para que as mudanças ocorram mais rápido e de forma efetiva”.

Além do objetivo de aumentar as colaborações entre inovadores sociais do mundo inteiro, um grande objetivo do Changemakers é promover acesso democrático aos recursos aos inovadores sociais que participam dessa comunidade global on-line para que possam aumentar seu impacto no seu contexto local e global. Ou seja, visibilidade e oportunidade deles; oportunidade e visibilidade a inovadores sociais.


Como o futebol pode ajudar na superação das dificuldades em leitura, escrita, raciocínio lógico e relacionamentos?

Conheça mais sobre o projeto "Educação do Corpo Inteiro"

Universidade do Futebol Você tem experiência em lidar com projetos, impactos e inovações na área social. Como ocorreu sua trajetória até chegar à Ashoka, com a gerência do programa de Changemakers?
Elenice Tamashiro –
Durante a faculdade, onde estudei administração pública, tive a oportunidade de trabalhar com projetos sociais através da Jr. Pública, estágio em captação de recursos na própria EAESP-FGV. Tive algumas experiências em setor privado, estava em processo de decisão sobre qual caminho tomar na profissão, mas sabia que gostava mesmo é de trabalhar com o setor social.

Tinha curiosidade para saber mais sobre investimento social, como os inovadores sociais estavam atuando com seus projetos para melhorar a vida das pessoas, impacto no meio ambiente, etc.

Depois de uma experiência com investimento social comunitário onde desenvolvemos capacitação para lideranças locais, de oito cidades do estado de São Paulo, sobre mobilização de recursos (não somente financeiros, mas ativos da comunidade) para aumentar a sua base de sustentabilidade, voltei a trabalhar em setor privado porque queria uma experiência em consultoria que pudesse me ajudar a ter uma visão sistêmica e ajudar a trazer melhores e efetivas soluções para um determinado problema.

Embora não tenha tido uma vasta experiência com consultoria, havia algo que faltava no meu dia-a-dia. No final do trabalho, sempre queria saber qual era o impacto daquilo na vida das pessoas, quem estava ao nosso redor, etc. Foi quando surgiu a oportunidade me em juntar à equipe da Ashoka Brasil para estruturar a área financeira.

Éramos uma equipe pequena, o que nos permitia envolvimento em todos os tipos de atividades e exposição a variados temas, espaço para testar, criar novos processos. A Ashoka me proporcionou um grande desenvolvimento profissional que foi importante para ajudar a compor a equipe global do Changemakers.

Cada um de nós está em um canto do mundo, com uma dinâmica de trabalho on-line intensa (nem parece que estamos tão longe), mas com atividades e metas muito concretas.


Escola de futebol foi viabilizada por meio de parceria entre instituição filantrópica, Escola Municipal, iniciativa privada e comunidades carentes

Conheça mais sobre o projeto "Bola Cheia"

Universidade do Futebol Ainda está sendo montado um cenário dos projetos com as principais inovações dentro da realidade brasileira? O que você poderia falar dessa experiência com o projeto “Transformando Vidas Através do Futebol”?

Elenice Tamashiro – Creio que existe muito espaço para inovação considerando contextos locais, no sentido de que você sempre pode inovar levando em conta o que é relevante para a cultura de determinada região e comunidades.

A experiência com este desafio, em âmbito global, demonstrou que existem projetos estruturados com resultados concretos, na forma como estão mudando vidas de milhares de pessoas através do futebol com forte orientação educacional para fortalecer os jovens para aumentar sua participação cidadã e ajudar a desenvolver suas respectivas comunidades; para serem responsáveis com a questão da sua saúde; construção de uma cultura de paz; respeito à diversidade.

Além disso, a convocatória colaborativa também trouxe projetos inovadores, em fase de implementação, os quais demonstraram seu potencial de impacto e que certamente poderá chamar a atenção de outros membros da comunidade, como investidores sociais, para acompanhar e apoiar o seu progresso.

Universidade do Futebol Como funciona propriamente o desafio? Em que etapa o projeto se situa?
Elenice Tamashiro –
Antes de lançar qualquer desafio colaborativo para o público, o Changemakers da Ashoka e o investidor definem o seu escopo e objetivos do desafio. Neste caso, em parceria com a Nike, o nosso norte era: de que forma o futebol poderia ser empregado para fortalecer comunidades, aumentar o desenvolvimento e conduzir mudanças sociais?

O cenário global era o de se inspirar a mudança social através do futebol, intenção de encontrar a próxima geração de líderes que estão usando o futebol para liberar o potencial dos jovens de forma que eles pudessem ajudar a fortalecer suas comunidades, impulsionar o desenvolvimento e promover a mudança social.
Então, o processo se dá em fases: definição do escopo; lançamento/convocatória (difusão do desafio na nossa rede de investidores, inovadores, organizações sociais e membros da comunidade on-line); participação da comunidade global on-line constante (nossa comunidade on-line participa com reflexões, comentários e sugestões junto às inscrições); painel de jurado (especialistas e referências internacionais de fundações, empresas, sociedade civil de diferentes regiões) que seleciona os finalistas do desafio; votação (campanha de mobilização para que toda comunidade global de inovadores possa eleger os ganhadores do desafio).

No dia 27 de julho deste ano, anunciamos os 12 finalistas do desafio e iniciamos a campanha de votação junto aos finalistas, novos parceiros (quanto maior número de parceiros engajarmos neste período, melhor). A novidade dessa edição do desafio é que a campanha tem uma forte estratégia de marketing on-line e redes sociais no mundo. Por exemplo, é possível votar em seu projeto finalista favorito pelo aplicativo do Facebook:http://apps.facebook.com/gamechangers-change.

É incrível, cada pessoa que possui perfil no Facebook pode incluir o aplicativo, votar e convidar os amigos para votarem. Isso também é uma forma de ajudar na mudança social. Votar é um ato de mudança! Cada voto conta e isso ajudará a aumentar o impacto do projeto em sua comunidade.


Crianças são educadas através do futebol com a utilização de conceitos biblicos

Conheça mais sobre o projeto "Futebol Atos"

Universidade do Futebol Este projeto é uma parceria entre a Ashoka e a Nike. Como se deu essa aliança?
Elenice Tamashiro –
Basicamente é a terceira edição da parceria. Ele foi desenvolvido a partir do sucesso de dois desafios colaborativos que ajudaram a balizar as melhores ideias no campo emergente do esporte para a mudança social – os desafios “Esporte para um Mundo Melhor” e “GameChangers: Virando o Jogo para Mulheres no Esporte”.

Tanto através de suas parcerias na África para apoio a comunidades que lutam contra o HIV/AIDS, como em sua campanha “Apareça e Mostre sua Voz (Stand Up Speak Up)”, para empoderar fãs do esporte a manifestar sua oposição ao racismo, a Nike reconheceu há tempos o poder que o futebol tem de provocar mudanças reais.

Universidade do Futebol De que maneira a ideia da responsabilidade social voltada ao futebol se formou dentro da Ashoka? O que a instituição busca nesse sentido?

Elenice Tamashiro – Na verdade, a Ashoka e o Changemakers trabalham na identificação de soluções inovadoras para os problemas sociais mais urgentes do mundo junto com os investidores como a Nike (desenvolver potencial do jovem através do futebol, combate a HIV/AIDS, etc.), Rockefeller (desbloqueio de financiamentos para PMEs – neste, tivemos a adesão do G-20 na qual o governo do Canadá anunciou o investimento de U$ 20 milhões para os finalistas do desafio –, exemplo de acesso a democratização dos recursos) e Artemisia (buscava modelos de negócios sociais que melhoram a qualidade de vida de pessoas de comunidade de baixa renda).

O Changemakers é uma iniciativa da Ashoka que trabalha o investimento social estratégico junto com estes investidores de maneira a criar maior impacto social. O conteúdo gerado do desafio é uma das maneiras de mostrar as “tendências das barreiras que devem ser transformadas para que aconteça a mudança, bem como oportunidades e conceitos para se trabalhar o tema”.

Deste modo, a iniciativa Changemakers contribui, ajuda, orienta as empresas e fundações para o uso eficaz e mais estratégico do seu investimento social.

Universidade do Futebol O que você e a equipe do desafio concluíram sobre o tema “socialização do esporte” no Brasil e no mundo? Há diferenças a serem destacadas entre as propostas nacionais e as estrangeiras?

Elenice Tamashiro – O esporte cada vez mais se mostra como uma frente, um caminho para trazer maior impacto social. Ele trabalha a colaboração, a auto-estima, fortalecimento de comunidades e aumento de sua participação como cidadãos (em seus direitos e deveres), respeito à diversidade, empoderamento econômico, etc.

Creio que há poucas diferenças entre as regiões no mundo. Foi muito interessante ver como os projetos de futebol, para provocar a mudança, trabalham de modo transversal a diversidade (gênero – quebra de estigma da mulher no esporte; pessoas com e sem deficiência/times mistos de meninos e meninas na mesma equipe, por exemplo, para fortalecer técnicas do jogo com base no respeito ao outro;), cultura de paz, competências do esporte (trabalho em equipe, liderança, etc.), que podem levar a um bom desempenho profissional, etc.


Jovens angolanos têm oportunidades e melhores condições de vida a partir do estímulo ao protagonismo juvenil

Conheça mais sobre o projeto "Virando o Jogo"

Universidade do Futebol O cenário atual do mundo é também inspirar a mudança social por intermédio do futebol? Em sua opinião, como liberar o potencial de jovens, para que estes fortaleçam suas comunidades, alavanquem o desenvolvimento e promovam mudanças?

Elenice Tamashiro – Acho que pelo esporte, em geral. O futebol é o mais popular, deve ainda mais chamar atenção agora para a Copa de 2014, é uma boa oportunidade para que a sociedade civil brasileira também pense qual seria o legado social de grandes eventos como este.

Existe uma rede, chamada REMS – Rede de esporte para mudança social –, idealizada inicialmente pela Nike. Trata-se de um grupo de organizações sociais focadas no esporte que trabalham incansavelmente sobre a importância do esporte na criação e aumento do impacto social. Ele discute e propõe uma agenda comum para o legado social do esporte no Brasil.

O jovem é a força motriz de futuras gerações, podendo causar impacto positivo uma vez que ele receb acesso à informação correta, o caminho para se atingir determinado objetivo, um mundo de possibilidades que é o futebol. A modalidade pode oferecer para ele essa mudança de realidade, mostrar-lhe que é possível mudar, fazer acontecer, multiplicar as ações para impactar mais gente.

Universidade do Futebol No esporte, de que modo pode-se trabalhar a questão social sem decair no mero assistencialismo?
Elenice Tamashiro –
Vale também o bom e velho clichê do “ensinar a pescar”. Se você oferece oportunidades e acesso a informações, aposta no potencial das pessoas, por exemplo, o que o treino, o jogo podem oferecer para desenvolvimento das competências pessoais que podem ser praticadas no seu dia-a-dia, elas serão capazes de “criar um negócio do pescado”, desenvolver a melhor “cadeia de produtiva do pescado” em colaboração com cada elo de produção da cadeia, porque um dia tiveram essa oportunidade e poderão repassar a mesma ação para frente.

Universidade do Futebol Também a partir de sua visão profissional e acadêmica particulares, de que forma o processo da educação auxilia no desenvolvimento do raciocínio, da criatividade e na compreensão dos fatores externos vividos pelas pessoas?

Elenice Tamashiro – Todo processo educacional (de mudança de hábito/comportamento) é crucial para o desenvolvimento do ser humano. Deve ser um processo que traga consciência nas atitudes e que tipos de impactos pode resultar (dependendo da atitude que tomar e sua responsabilidade nisso), que possa gerar reflexões que orientem para possíveis soluções (individuais ou coletivas) de problemas urgentes.

Acho que cada um nós, uma vez que se propõe a participar de qualquer processo educativo e aceita praticar a mudança de um padrão, por exemplo, este não deve ficar no discurso, e sim ajudar a desencadear atitudes coerentes em relação às pessoas que estão ao seu redor; que o aprendizado de um processo educativo possa ser aplicado em vários setores da vida, como usar o aprendizado e transformá-lo/adaptá-lo na profissão, na sua vida pessoal, na relação com o outro.

Cada indivíduo se permite aplicar a criatividade em outros setores a partir de um processo educacional: se bem concebido por quem propõe e bem absorvido por quem o recebe – e de qualquer maneira, acredito que nunca deve ser um processo de mão única, mas um processo educacional pela troca de saberes, de aprendizagem, de colaboração –, acredito que esta é melhor forma de educar.

Universidade do Futebol Você acredita que é possível pensar a formação de jovens jogadores de futebol sem a criação de um programa que gerencie o crescimento pessoal, social e profissional de modo interdisciplinar?

Elenice Tamashiro – Essa é uma opinião muito, muito pessoal, sem um fundamento teórico ou pedagógico. Eu acredito que formação de jovens jogadores que tenham programas de desenvolvimento acoplados (onde podem aprender e compartilhar aprendizados) será a melhor forma de fortalecer cada indivíduo em seu papel ativo de cidadania (consciente dos seus direitos e deveres), para tomar boas decisões em relação a sua vida (pessoal/profissional), de contribuir para o desenvolvimento de sua comunidade de uma maneira mais sustentável e estruturada.

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Empresas não poderão mais vender plano voz com banda larga

A venda em combo de pacotes com telefone fixo e banda larga é uma prática muito comum em nosso país. Ela não dava, por exemplo, ao comprador a opção de contratar apenas um plano de internet banda larga. Você se sente atingido por isso? Pois a Anatel tratou de resolver.

A Agência Nacional de Telecomunicações, adotou uma série de medidas para barrar as principais empresas de telefonia do país (Telecom, Companhia de Telecomunicações do Brasil Central, Global Village Telecom Ltda, Telemar Norte Leste S/A e Telecomunicações de São Paulo S/A), as impedindo de fazer a venda em combo de Serviços de Comunicação Multimídia com outros serviços de telecomunicações, como um plano de internet banda larga e voz fixo.

O Brasil está caminhando para dar mais liberdade as pessoas, pelo menos enquanto o assunto é o mercado de telecomunicações. Depois da lei do desbloqueio, impedindo qualquer operadora do país de vender aparelhos bloqueados, essa nova lei é mais uma grande decisão  a nosso favor. Resta a Anatel terminar seu trabalho fiscalizando as empresas.

Via Fayer Wayer

Revisão: Benê Lima

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quinta-feira, julho 29, 2010

Mano pode ter staff rotativo na seleção

Medida inovadora seria tomada por Ricardo Teixeira, responsável pela escolha de parte da comissão técnica

Equipe Universidade do Futebol

Mano Menezes 02

Escolhido para comandar uma renovação no elenco da seleção brasileira de futebol, o treinador gaúcho, Mano Menezes, deve conviver com mudanças não apenas nos gramados, mas também em sua equipe de apoio. A notícia, divulgada pelo portal UOL, revelou que, fora alguns postos de confiança do comandante, a comissão técnica da equipe nacional teria mudanças frequentes com o objetivo de valorizar o papel do treinador.

Caso a intenção se confirme, nomes como o médico José Luiz Runco e o preparador físico Paulo Paixão poderiam deixar a seleção verde-amarela. Entretanto, algumas vagas de relação direta com Mano seriam de escolha do próprio técnico. Além de Sidnei Lobo, auxiliar, e Rafael Vieira, analista tático, outro nome estaria sendo cogitado para o staff fixo do time.

“A gente não quer uma supervalorização da comissão técnica. São coisas que mudaram. Na segunda, por exemplo, só o Mano deu entrevista. Antes tinha Américo [Faria, ex-supervisor da CBF] e Jorginho [auxiliar na era Dunga] do lado. Há uma valorização do papel do técnico”, revelou Rodrigo Paiva, diretor de comunicações da CBF, em declaração ao UOL.

O primeiro desafio de Mano no comando da seleção será no próximo dia 10, em amistoso contra os Estados Unidos. A lista dos 23 jogadores convocados foi divulgada na última segunda-feira, dia da apresentação do treinador.

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Botafogo-SP rompe com parceira administrativa

Acordo não foi firmado devido a discordâncias contratuais

Equipe Universidade do Futebol

images (2) A tentativa de profissionalizar o Botafogo-SP por meio de parceria com a Brasil International Sporting (BIS), empresa especializada em negócios no futebol, não foi bem sucedida, antes mesmo da oficialização de acordo definitivo.

O projeto inicial era que a agência auxiliasse na administração do clube, comandando contratações, vendas e outras atividades. O técnico Luiz Muller e o auxiliar Gil Baiano, levados ao time paulista por meio da parceria, já deixaram o Botafogo-SP e serão substituídos pelo treinador José Galli Neto.

Na área do marketing, eram previstas ações idealizadas e executadas pela BIS, como a busca por patrocinadores, o gerenciamento das propriedades e ações de relacionamento com a torcida.

Por meio do Twitter, o presidente do time, Luiz Pereira, anunciou o rompimento. "Quero comunicar o fim da parceria com a BIS. Não estava sendo bom para o Botafogo e resolvemos pelo término. Com as nossas próprias forças, vamos em busca do acesso [à Série C]".

A negociação entre clube e agência duraram cerca de dois meses. "Não se chegou a um acordo sobre os termos do contrato", explica o assistente de marketing do Botafogo-SP, Ivan Furegato. "A negociação não chegou a um meio termo".

Por ora, o marketing da equipe do interior de São Paulo permanecerá com o diretor de marketing Rogério Barizza e o assistente, mas poderá receber novas contratações a qualquer momento. "Estamos aguardando, tentando estruturar o departamento, mas a ideia é trazer mais pessoas para agregar", afirma Furegato.

Atualmente, o marketing do Botafogo-SP está focado na estruturação de um plano de sócios-torcedores e espera lançar o programa no início de novembro. A meta mais realista é atingir dois mil filiados, mas o clube almeja conseguir entre oito e dez mil torcedores em longo prazo.

Outro foco do time é a locação do estádio Santa Cruz, com capacidade para cerca de 28 mil pessoas, para shows. "Teremos uma micareta em agosto, outra em novembro", diz o assistente de marketing.

Fonte: Máquina do Esporte

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Changemakers Futebol - Ashoka

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     (Mensagem [e-mail] recebida por nossa participação em mais um Desafio Changemakers)

Caro Benê,

O desafio Transformando vidas através do futebol, desenvolvido em parceria com a Nike, resultou em um árduo trabalho para nosso júri de especialistas que escolheram 12 finalistas entre as 293 iniciativas recebidas do mundo inteiro.

O Changemakers da Ashoka e a Nike agradecem imensamente a sua participação nesse desafio. Agradecem também pelo seu compromisso com o fortalecimento dos jovens e o desenvolvimento de suas comunidades através da prática do futebol.

Junte-se a nós para celebrar nossos finalistas:

Aliança Vencer, EUA.

Futebol Com Coração, Colômbia.

Equidade de gêneros em esportes para mudança social e conscientização sobre o vírus HIV, Ruanda.

Gols e metas para meninas, Argentina.

Love.fútbol, Guatemala.

Reabilitação e Empoderamento de Jovens Haitianos com Deficiência Por Meio do Futebol, Haiti.

Programa de Futebol Rumah Cemara, Indonésia.

Futebol para Esperança, África do Sul.

Futebol de Rua dos Estados Unidos “Eu jogo”, EUA.

Equipe Iraque, Iraque.

Um Gol, por um Sorriso, Bolívia.

WASH United, Alemanha.

Continue participando da comunidade on-line compartilhando suas ideias e sua paixão pelo futebol para transformação social. Participe da votação! Votar é um ato de mudança. Escolha o seu projeto favorito e ajude os projetos finalistas a aumentarem seus impactos em suas comunidades.

Visite a página http://www.changemakers.com/pt-br/futebol e conheça mais os 12 finalistas. Vote no seu projeto favorito apartir do dia 27 de Julho até o dia 18 de Agosto. Os vencedores serão anunciados no dia 25 de Agosto de 2010.

Estamos constantemente trabalhando para melhorar nossa comunidade Changemakers. Neste sentido, nos envie também suas sugestões de como isso pode ser feito.

Atenciosamente,

Equipe do Changemakers da Ashoka

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quarta-feira, julho 28, 2010

Governo federal reduz impostos para estádios

REDAÇÃO
Da Máquina do Esporte, São Paulo – SP

imposto

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou medida provisória nesta quarta-feira e oficializou uma redução no custo de impostos para reformas de praças esportivas. As obras nesse tipo de aparato serão submetidas a um sistema especial de tributação com foco na Copa do Mundo de 2014.

O texto da MP 497, publicada pelo Diário Oficial nesta quarta-feira, diz que empresas que estiverem cadastradas no Ministério do Esporte não precisarão pagar PIS/Cofins, IPI e II. A tributação especial vale apenas para a Copa do Mundo e não inclui intervenções em aparatos esportivos para com foco em outros grandes eventos.

A MP terá validade entre os dias 28 de agosto de 2010 e 30 de junho de 2014. A mudança no formato de tributação era um pedido antigo de diversas entidades envolvidas em obras de espaços que serão usados na Copa do Mundo.

No Rio Grande do Sul e no Paraná, por exemplo, essa mudança no custo era um pedido dos clubes detentores das arenas que serão usadas na Copa do Mundo de 2014 para viabilizar as obras. A pressão era ainda maior por parte do Internacional-RS, proprietário do estádio Beira-Rio.

A Secretaria da Fazenda do Rio Grande do Sul pedia desde o início do ano essa alteração na tributação. A taxação especial havia sido prometida por Lula e vinha sendo dada como certa pelo Internacional-RS em todo o planejamento de reforma do Beira-Rio.

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Ministro nega problemas e diz que Fifa ficará surpresa com preparação para 2014

Mesmo com muitas críticas, principalmente devido ao atraso nas obras das arenas, Orlando Silva mostrou-se otimista em relação à Copa do Mundo realizada no Brasil

Equipe Universidade do Futebol

Nesta quarta-feira, o Ministro dos Esportes, Orlando Silva, rebateu as críticas sobre os preparativos para o Mundial de 2014, afirmando que a Fifa ficará surpresa com a participação brasileira como sede do evento.

Mesmo com o otimismo do político, a principal preocupação com relação à Copa envolve a participação da cidade de São Paulo como uma das sedes da competição. De início, previa-se que o estádio Cícero Pompeu de Toledo, popularmente conhecido como Morumbi, não só participaria do torneio como sediaria a partida de abertura. Entretanto, após alguns entraves na definição do projeto e na disponibilização de verba, o órgão máximo do futebol oficializou a exclusão da arena como representante da capital paulista.

Mesmo com a definição da Fifa, o governo insiste que o Morumbi seria a melhor solução, já que as outras possibilidades, como a construção de uma nova arena, não foram aceitas. Até o presidente Lula chegou a afirmar que o estádio do São Paulo Futebol Clube deveria participar em 2014.

Em nota, o jornal Folha de S. Paulo afirmou que Lula e o mandatário da agremiação paulista, Juvenal Juvêncio, teriam se reunido por cerca de uma hora para discutir a utilização do Morumbi no Mundial. Contudo, a situação segue indefinida.

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França compensa Adidas por Copa, diz publicação

Federação gaulesa pagou cerca de 1,4 milhão de euros para a fornecedora de materiais esportivos

Equipe Universidade do Futebol

Futebol ruim + indisciplina = Prejuízo

A França somou apenas um ponto em três jogos e foi eliminada na primeira fase da Copa do Mundo de 2010. Além do fraco desempenho, a equipe europeia deflagrou na África do Sul uma das piores crises de sua história. A sucessão de notícias pejorativas irritou patrocinadores e motivou, segundo o site “Sportcal”, o pagamento de uma indenização à Adidas.

A fabricante de material esportivo tem contrato com a seleção até o fim deste ano. Segundo a Sportcal, a Federação Francesa de Futebol (FFF) teve de desembolsar 1,4 milhão de euros como forma de compensar o desempenho negativo e a crise da Copa.

A decisão da França foi uma forma de afagar a Adidas, mas não deve se repetir com outros patrocinadores. Como o contrato com a empresa de material esportivo é o único que está próximo do fim, a ideia da FFF é compensar seus outros parceiros sem mexer em seu caixa.

Depois da Copa do Mundo, o banco Credit Agricole SA anunciou que retiraria seu aporte à seleção francesa de futebol por não identificar na equipe um comportamento condizente com sua marca. A campanha europeia no torneio de futebol foi marcada por entreveros como a dispensa do atacante Anelka, uma briga entre Gourcouff e Ribéry, jogadores se recusando a treinar e até atletas que não quiseram entrar em campo. O presidente do país, Nicolas Sarcozy, chegou a enviar sua ministra de Esportes à África do Sul para tentar contornar a crise.

Além do Credit Agricole, a companhia de energia GDF Suez ameaçou deixar a França por conta da crise. No início de julho, empresas que investem na equipe nacional chegaram a articular a criação de um bloco para negociar com a FFF e cobrar compensações pela Copa do Mundo.

O mais provável, contudo, é que essas compensações aconteçam apenas como novas propriedades a serem exploradas. A única empresa que receberá algo da França será a Adidas, que deixará a seleção no fim do ano. A companhia alemã será substituída pela rival Nike, que desembolsará 42,6 milhões de euros por temporada por um acordo até 2018.

Fonte: Máquina do Esporte

Revisão: Benê Lima

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Zanetti recebe prêmio por carreira exemplar

Pela primeira vez um estrangeiro conquista o Prêmio Scirea da temporada

Equipe Universidade do Futebol

Zanetti, Javier

Com 36 anos de idade, o argentino Javier Zanetti foi eleito por jornalistas italianos o vencedor do Prêmio Scirea, dado a jogadores veteranos devido à sua carreira exemplar como atleta profissional.

Desde 1992 o prêmio é distribuído para italianos com mais de 30 anos, porém, excepcionalmente na edição deste ano, a honraria foi aberta à estrangeiros. Foram aceitos apenas aqueles que possuem mais de 10 anos de permanência na Itália, caso de Zanetti.

Com a vitória, o volante se uniu a uma lista de seletos jogadores como Franco Baresi, Roberto Baggio, Paolo Maldini, Gianfranco Zola e Alessandro Del Piero. O nome do prêmio foi concedido em homenagem à Gaetano Scirea, ex-jogador da Juventus falecido em 1989.

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Boca Juniors fecha parceria com Google

REDAÇÃO
Da Máquina do Esporte, São Paulo – SP

O Boca Juniors, da Argentina, assinou parceria com o Google para a criação de dez mil contas de e-mail alusivas ao clube. O internauta terá, após o "@", o domínio "bocajuniorsmail.com".

Além do endereço eletrônico, também se possibilita a realização de videoconferências por meio da ferramenta. As contas serão liberadas em etapas e poderão ser obtidas por meio de inscrição ou sorteios.

No início da noite da última terça-feira (27), todas as vagas disponibilizadas já haviam sido ocupadas. A ação foi anunciada em rede de televisão com a presença dos membros da diretoria de marketing do time argentino.

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Caxias e Juventude se unem em promoção

REDAÇÃO
Da Máquina do Esporte, São Paulo - SP

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As diretorias de marketing do Caxias do Sul e Juventude se uniram em promoção voltada para o Twitter, microblog que permite envio de mensagens com até 140 caracteres. A dupla de rivais pede que o torcedor envie texto com história ligada a um dos clubes até as 21h desta quarta-feira (28).

As mais criativas serão premiadas com camisas. No caso do Juventude, será uma peça desenhada pela agência Tonificante Marketing Estimulante inspirada no goleiro Lauro - com 571, em algarismos romanos, em alusão ao número de partidas feitas pelo atleta.

O Caxias montou camisa retrô, com base na versão utilizada pela equipe em 1976. Aquele ano foi marcado pela participação do time no Campeonato Brasileiro, o primeiro do interior do Rio Grande do Sul a alcançar tal feito. O clube permaneceu na elite até 1979.

Os vencedores serão escolhidos por meio de enquete no site "Pioneiro", pertencente ao jornal homônimo.

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Por dentro do Planeta Nike

Tênis inspirados em pontes. Laboratórios que aplicam tecnologia espacial. Funcionários livres para treinar a qualquer hora do dia. Como a maior empresa de esportes do mundo trabalha e inova

Por Edson Porto, de Beaverton (Oregon)

Brent Wojahn

A NIKE EM NÚMEROS
>>> FUNDAÇÃO_Janeiro de 1964
>>> FATURAMENTO_US$ 19,1 bilhões
>>> FUNCIONÁRIOS_34 mil
>>> PAÍSES EM QUE ATUA_Mais de 160
>>> ESCRITÓRIOS PELO MUNDO_75
>>> FÁBRICAS CONTRATADAS_Cerca de 700
>>> LOJAS PRÓPRIAS_674
>>> PARES DE TÊNIS POR ANO_300 milhões

A americana Nike pertence àquele escasso time de companhias reputadas por revolucionar o setor em que operam. Maior fabricante mundial de artigos esportivos, a Nike foi pioneira no movimento de terceirização da produção, que acabou por se tornar um padrão global. Sem fábricas próprias, a empresa passou a se concentrar na inteligência de marketing, design e inovação. Também transformou sua marca em um ícone mundial ao casar cultura popular com esportes e elevar o culto ao atleta a um ponto nunca antes imaginado. Nesse processo, criou o marketing esportivo moderno e produziu uma legião de milionários. Por trás dessas decisões havia sempre a cabeça do fundador, Phil Knight. Conta-se que quando Knight assistiu a Tiger Woods, então com 20 anos, vencer pela terceira vez seguida o campeonato amador de golfe dos Estados Unidos, em 1996, comentou: “Espero que a gente contrate esse garoto. Senão, espero que ele vire médico”.

Embora Woods estudasse economia na Universidade de Stanford, Knight acabou sendo responsável por tornar qualquer preocupação acadêmica do jogador uma questão supérflua: dias depois da vitória, ele pagou US$ 40 milhões para fechar um contrato de cinco anos com o atleta. Muitas vezes descrito como genial, enigmático, idiossincrático, competitivo e imprevisível, Phil Knight construiu, em quatro décadas, seu império esportivo com tacadas como essa. A simbiose entre empresa e criador é tão profunda que por três vezes Knight flertou com a aposentadoria, mas teve de retomar as rédeas para mudar o rumo e salvar a companhia do desastre. Por muito tempo, especulou-se que a Nike jamais sobreviveria à sua partida.

POR MUITO TEMPO ESPECULOU-SE QUE A NIKE NÃO SOBREVIVERIA À PARTIDA DE SEU FUNDADOR PHIL KNIGHT. SEU SUCESSOR, O CEO MARK PARKER, MUDA ESSA PERCEPÇÃO

O executivo que está mudando essa percepção é Mark Parker, 54 anos. Um veterano que ingressou na companhia em 1979, Parker completa agora em janeiro quatro anos como o número 1 da Nike. “Phil Knight é um ícone, não só para a Nike mas também para o mundo dos esportes”, afirma Parker. E quão desafiador tem sido substituir um mito? “Eu vejo menos como um desafio e mais como uma oportunidade de continuar a cultivar uma cultura que é incrivelmente especial e poderosa”, diz Parker, em sua sala repleta de objetos, brinquedos, quadros e fotos no QG da companhia em Beaverton, uma pequena cidade ao lado de Portland, no estado de Oregon. Alto e esguio, ele parece ser uma síntese de seu chefe Knight, hoje na presidência do conselho de administração, e do outro sócio fundador da Nike, o técnico de corridas Bill Bowerman, já morto, e tido como o primeiro grande inovador da empresa. Assim como Knight, Parker foi um corredor apaixonado, na juventude, que gostava de percorrer grandes distâncias. Tiago Pinto, diretor de marketing da Nike do Brasil, diz que uma das cenas mais marcantes para ele quando trabalhou na matriz, por dois anos, entre 2006 e 2008, era ver o CEO frequentar uma trilha de corrida famosa ao lado de muitos funcionários. “Depois do treino ele se reunia na lanchonete conosco, com o barro cobrindo suas pernas.” Recentemente, Parker trocou as corridas pela bicicleta devido a um problema nos joelhos. Mas além dos vínculos com o esporte, ele possui um longo currículo na área de inovação.

Claus Lehmann

APENAS FAÇA
Da entrada, onde está destacado o célebre slogan Just Do It, até as trilhas de corrida, nas quais realiza competições, a Nike transpira esporte o tempo todo

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terça-feira, julho 27, 2010

Lula sanciona nova lei para torcedores - [2º clichê]

Lula assinou hoje lei que prevê mudanças nos estádios brasileiros

Crédito:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou nesta terça-feira uma lei que endurece as penas para atos de violência promovidos por torcedores num raio de cinco quilômetros dos estádios e inclui até insultos feitos a árbitros, jogadores e técnicos, e cânticos incitando o ódio.

"Na nossa visão, não é razoável que o torcedor de futebol vá a um estádio de futebol para entoar cânticos agressivos insinuando que vai atacar, matar, agredir a polícia. Estádio não é para esse tipo de conduta", disse o ministro do Esporte, Orlando Silva.

Segundo informações divulgadas pela Agência Brasil, a torcida organizada que incitar violência, provocar tumulto e invadir locais restritos a competidores, árbitros e dirigentes pode ficar impedida de ir aos jogos pelo prazo de até três anos.

As torcidas terão que cadastrar os associados ou membros e repassar os cadastros aos clubes. O cadastro deve ter fotografia, endereço e número dos documentos de identidade e Cadastro de Pessoa Física (CPF) de cada torcedor.

Segundo as novas normas, os estádios com capacidade para mais de 10 mil espectadores deverão estar dotados com sistemas de câmeras de segurança voltados para as arquibancadas e capazes de ajudar na identificação de torcedores violentos.

A torcida organizada ainda passa a responder civilmente pelos danos causados por seus associados ou membros no local das partidas, nas imediações ou no trajeto de ida e volta ao evento esportivo.

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Fifa na contramão do mundo

Mesmo com erros graves da arbitragem nos últimos anos, a entidade insiste em ignorar o uso da tecnologia

Eduardo Fantato

Erros de arbitragem

Caro amigo, sabe quando um ator famoso, um político, ou mesmo um jogador de futebol, faz tanta, mas tanta besteira, que a gente até dúvida? E por vezes nos pegamos pensando se não o fazem pelo simples prazer de aparecer? E mais, já que não conseguem destaque só pelo que fazem de normal e coerente, acabam tomando atitudes que são totalmente contrárias ao bom senso?

Pois é. Imagino que a Fifa tenha adotado esta estratégia. Em nota do dia 21 de julho, a federação que rege o futebol divulgou que vai intensificar os testes com dois assistentes extras com vistas à melhoria da arbitragem.

Na nota referente ao encontro realizado no País de Gales na última semana, a International Football Association Board aprovou solicitações para a realização de testes com dois árbitros assistentes a mais no campo de jogo para as temporadas de 2010/2011 e 2011/2012.

Num mundo onde a capacidade intelectual, isto é, as pessoas (que aqui chamaremos de recursos humanos) está cada vez mais sendo valorizada e especializada, tirando-lhe o fardo de trabalhos que podem ser feitos com maior precisão e velocidade por recursos tecnológicos, a International Board vai na contramão.

Aqui faço um pequeno recorte no texto para justificar o parágrafo anterior. Muitas pessoas pensam, erroneamente, que a tecnologia vem substituir o ser humano. Seria um erro maior ainda atribuir essa afirmativa a incapacidade das pessoas de compreender o fenômeno, pois a primeira vista numa fábrica onde um computador substitui o trabalho de quatro funcionários, essa premissa estaria correta, concordam?

A questão é que devemos esquecer um pouco aquele pragmatismo que nossas professoras nos ensinaram nas tenras séries escolares, de que não era possível subtrair maçãs e somar abacaxis ao mesmo tempo.

Na verdade, o mundo contemporâneo exige que as maçãs subtraídas sejam comparadas com os benefícios dos abacaxis somados no processo. E antes que o amigo tome “guela abaixo” essa vitamina, explico. Quando um computador faz o trabalho de quatro funcionários, ele está fazendo o trabalho que podemos chamar de braçal, repetitivo, de pouco teor intelectual, ou ainda o trabalho complexo , que demoraria um bom tempo para nós seres humanos realizarmos (só lembrando que complexidade não é sinônimo de inteligência como infelizmente alguns pensam).

O que para alguns significaria a perda destes quatro funcionários, o mundo hoje deve encará-los como o ganho de quatro novos recursos intelectuais, ou seja, quatro pessoas que podem ser atualizadas e capacitadas para desempenhar atividades muito mais intelectuais do que braçais, envolvendo criatividade, solução de problemas, inclusive elaboração de novas máquinas e recursos tecnológicos.

E nesse sentido que a Fifa vai na contramão do mundo, ao invés de adotar recursos mais precisos e confiáveis do que o ser humano (embora alguns insistam em não perceber, o ser humano é passível de erro), prefere colocar novos assistentes ao e ignorar o fato de que a tecnologia é no mínimo um paradoxo do avesso.

Se para eles mais duas pessoas podem ajudar a minimizar os erros, como conduzir as diferenças nas interpretações de mais duas pessoas envolvidas no processo. Imaginemos uma bola que teria ultrapassado a linha de gol, dependo do ângulo, do posicionamento e da intenção do arbitro ou assistente, as opiniões serão diferentes ao passo que adoção de um recurso tecnológico tornaria o lance preciso e claro.

A entidade ainda fixou os seguintes critérios para o teste que visa a adoção dessa “inovação”, de acordo com o disponibilizado no próprio site da Fifa

1. Que ele seja realizado nas ligas e competições profissionais das federações nacionais ou em nível de confederação continental (apenas competições de clubes).
2. Que ele seja concluído a tempo de permitir que uma decisão seja tomada em 2012.
3. Que os custos adicionais de tal experimento sejam de responsabilidade da liga, federação nacional ou confederação continental em questão.
4. Que todas as partidas da competição em questão sejam apitadas com dois árbitros assistentes adicionais.

Para não nos alongar, me atenho a provocar o amigo a refletir sobre o item 3.

Um dos grandes argumentos daqueles que defendem é que a tecnologia não deve entrar na arbitragem por que encarece o futebol e seria privilégio apenas das ligas mais ricas, o que fere o tão transparente espírito democrático do futebol.

Assim que diferença tem em investir em desenvolvimento de tecnologia e aplicação do que adotar dois novos árbitros, em termos de custo um pode ser mais alto agora, mas ao longo do tempo é diluído já que o mais caro é o investimento inicial (tecnologia), enquanto o outro (dois árbitros) exige também custos de treinamento e capacitação num primeiro momento, mas não tem possibilidade de diluição ao longo do tempo.

Enfim, enquanto todos reduzem custos e aperfeiçoam processos, investindo em tecnologia e, consequentemente, em recursos intelectuais, o futebol descarta os recursos tecnológicos “investindo” em trabalho passível de erro, afinal, segundo dizem, o erro é um charme no futebol. Que não me venham falar isso quando meu time for prejudicado.

Jornalismo declaratório

  Erich Beting

Veículos de informação se tornaram nada mais que reproduções de suas fontes. A apuração jornalística ficou de lado

Uma das grandes coisas da internet foi possibilitar que a notícia se propagasse de maneira tão rápida quanto o rádio, mas acessível até mesmo para quem está no ambiente de trabalho. Afinal, desde que o computador virou instrumento de trabalho, a internet passou a ser um meio de acesso à informação em tempo real.

Só que a transformação da realidade na cobertura jornalística mudou a forma como o jornalista passou a se comportar. A busca pelo "furo" tem sido paulatinamente substituída pela busca por audiência e pela velocidade na publicação da informação. Ao mesmo tempo, as fontes se tornaram mais bem preparadas para evitar cair em armadilhas.

Isso tudo leva a um novo cenário. Jornalismo, hoje, virou sinônimo de reprodução das declarações das fontes. A apuração da reportagem ficou em segundo plano.

O caso Muricy Ramalho e CBF evidencia isso.

Ricardo Teixeira disse que já estava tudo certo, restando o ok do Fluminense. Muricy disse, em linhas gerais, o mesmo.

A imprensa em geral já dava como fato consumado a efetivação do treinador do Fluminense na seleção brasileira.

E o que aconteceu depois?

A essência do jornalismo é a apuração. Apurar não significa reproduzir as frases das fontes, mas ir além da superfície.

O jormalismo declaratório sempre permeou o trabalho do jornalista de economia. E, agora, invadiu o esportivo.

É preciso ter mais gente que saiba mergulhar...

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Goleiros: percepção e antecipação

Jogadores da posição que alcançam alto índice em defesas de pênalti possuem alta capacidade de antecipação, aliado, claro, à velocidade de reação, explosão e elasticidade

Adriano Silva Soares*

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O posicionamento no gol e as atitudes do goleiro são de grande importância para o seu rendimento e de sua equipe dentro de uma partida. Ele é o único que, durante todo o tempo, se encontra atrás de toda a equipe, observando o posicionamento de seus companheiros e dos adversários, podendo, assim, auxiliar e interferir tanto nos aspectos defensivos quanto ofensivos da sua equipe.

Percepção é basicamente um processo de organização de informações e que depende de ações e experiências passadas. A capacidade perceptiva se desenvolve paralelamente nos processos de aprendizagem e pode ser influenciada pelo nível de rendimento de fatores como atenção seletiva, capacidade sensorial de detecção de informação, memória e processos de processamento de informação no alto nível, como antecipação e predição.

Entende-se por antecipação o processo de resposta motora em função da ação do próprio jogador, do companheiro de equipe ou em função da ação do adversário. Isso implica dizer que, durante todos os momentos do jogo, o jogador deverá observar as ações de seus companheiros e adversários e com base nestas tomar decisões no intuito de executar uma resposta motora adequada que lhe permita se antecipar e deste fato tirar grande vantagem. A antecipação permite diminuir o tempo de resposta, porém, assume o risco de assumir uma resposta errada.

A antecipação, por exemplo, permite que um jogador, mesmo sendo "mais lento" do que o outro do ponto de vista fisiológico, possa atingir mais rapidamente uma área de jogo que lhe seja favorável, porque previu e antecipou a resposta. A capacidade de usar sinais antecipatórios para fazer previsões dos movimentos de jogadores e da bola, normalmente, é mais eficaz em atletas mais experientes.

Goleiros que alcançam alto índice em defesas de pênalti possuem alto capacidade de antecipação, aliado, claro, à velocidade de reação, explosão, elasticidade, dentre outros, já que a bola estará sobre a linha da meta em 0,5s, aproximadamente.

A qualidade das ações do goleiro depende diretamente de sua capacidade de observação. Em um pênalti, por exemplo, quando os sinais relevantes aparecem, o goleiro poderá relacionar as informações com o intuito de antecipar a possível ação do cobrador na penalidade máxima e, assim, encurtar o tempo com um “atalho”.

A capacidade de percepção e antecipação parece revelar-se um indicador fundamental para discriminar jogadores experientes ou inteligentes de jogadores principiantes ou pouco esclarecidos taticamente.

*Adriano Silva Soares é treinador de goleiros da equipe juvenil do Clube Atlético Mineiro, pós-graduado em Treinamento Esportivo (UFMG) e membro do GEAF

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Copa 2014 movimenta mercado automobilístico

REDAÇÃO
Da Máquina do Esporte, São Paulo - SP

A Copa do Mundo de 2014 começa a movimentar o mercado automobilístico brasileiro. De olho no crescimento de empresários estrangeiros em território brasileiro, a rede de aluguel de carros Localiza irá adquirir cerca de 75 mil veículos novos, em investimento que gira em torno de R$ 2,5 bilhões.

"A Copa será muito importante para a gente", disse o vice-presidente da companhia, Eugênio Mattar, ao jornal "O Estado de S. Paulo". "Todas as cidades (sede) terão grandes investimentos. Esse investimento demanda o nosso serviço. Vamos aproveitar bastante essa oportunidade."

As principais beneficiadas com a compra serão as montadoras Fiat, General Motors, Volkswagen e Ford, das quais serão adquiridos os veículos. A Localiza ocupa atualmente 30,4% do mercado nacional de aluguel de carros, de acordo com a Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA).

Apesar de atuar em nove países, a empresa aposta na consolidação do mercado no Brasil com a chegada da Copa do Mundo. "É um mercado ainda muito pulverizado. Tem cerca de duas mil empresas no mercado brasileiro", justifica Mattar.

Fundada em 1973, em Belo Horizonte, a Localiza possui 387 agências no Brasil - 219 corporativas e 168 franqueadas -, 3.850 funcionários e frota aproximada de 71 mil veículos. Na Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Paraguai, Peru, Equador e Uruguai, tem outras 458 agências.

Revisão: Benê Lima

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Lula sanciona lei que faz alterações no Estatuto do Torcedor

Redação SRZD

lulapazhj_280x210 Nesta terça-feira o presidente Lula sanciona a lei que faz alterações no Estatuto do Torcedor. As medidas fazem parte do pacote do Ministério do Esporte, conhecido como Torcida Legal, que foi lançado em março de 2009. A manipulação e compra de resultados agora é crime, passível de prisão de dois a seis anos. Além de árbitros e dirigentes, as novas regras atingem também torcidas uniformizadas, cambistas e torcedores que tumultuam os estádios.

O cambista que for pego vendendo ingresso poderá ser preso por um ou dois anos e precisará pagar multa. Pessoas que venderem as entradas por um preço maior do que o estampado nas bilheterias também será repreendido com reclusão de dois a quatro anos de prisão, além de multa.

Os baderneiros também estão com os dias contados, pois incitar a violência e tumultuar os estádios também está entre as ações passíveis de prisão, com pena de um a dois anos mais multa. Porém, nesse caso, o juiz poderá trocar a pena pela proibição do torcedor de ir aos estádios de três meses a até três anos.

As medidas foram aprovadas pelo Congresso Nacional em 2009 e produzido pelos ministérios do Esporte, Justiça, CBF (Confederação Brasileira de Futebol) e Ministério Público. Segundo o texto, os integrantes das torcidas organizadas serão cadastradas e as entidades vão responder civilmente pelos danos causados pelos seus associados nos estádios, ao redor dos estádios e no caminho para os jogos. Em caso de problemas, as torcidas podem ser proibidas de comparecer aos jogos durante três anos ou então, realizar trabalhos sociais.

A outra mudança diz que todos os eventos esportivos em estádios com capacidade para mais de 10 mil pessoas deverão ter infraestrutura suficiente para dar viabilidade ao monitoramento por imagem do público presente e das catracas de acesso aos estádios.

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Especialização precoce – o vilão do futebol?

A aplicação do treinamento intensivo para jovens atletas pode acarretar em malefícios para a criança como, por exemplo, uma formação escolar deficiente

João Baldoino de Almeida Neto

Futebol infantil

Resumo:

Uma questão bastante discutida e refletida nos meios acadêmicos é a especialização esportiva precoce. Apesar de haver uma grande evolução nessas pesquisas, nota se claramente que a maioria dos profissionais que trabalham com o futebol tem optado por uma metodologia imediatista, ou seja, buscando resultados á curto prazo, mesmo que isso acarrete em uma especialização precoce. A partir da problemática exposta, este estudo tem como objetivo verificar e analisar sobre especialização precoce no futebol, abordando os inúmeros riscos causados a vida das crianças.

Introdução:

A atividade física é muito recomendada principalmente desde a infância. Com a evolução do mundo desportivo, muitas vezes encontramos profissionais direcionando atividades com especialização precoce.

Em todo o mundo, existe preocupação com alternativas para o trabalho de atividade desportiva para jovens. Na verdade, as crianças e os jovens merecem uma atividade desportiva a sério, fundamentada, orientada e dirigida corretamente nas suas práticas de aprendizagem de iniciação e de competição. (PAES, 1997)

Mesmo com muitos estudos referentes à pedagogia esportiva, têm se notado que os profissionais de Educação Física não estão respeitando as individualidades, as maturidades biológicas e o desenvolvimento motor das crianças para obterem sucesso à curto prazo, mesmo que isso possa acarretar problemas futuros a essas crianças, como a especialização precoce. (NETO, 2008)

Quando utilizamos uma metodologia voltada a busca de resultados à curto prazo, dificilmente obteremos um iniciação adequada. Apesar disso, deparamos com muitos ou praticamente todos os treinadores nas escolinhas e divisões de bases usando essa metodologia ultrapassada.

Há quem diga que essa metodologia imediatista (tecnicista) é eficaz para descobrir novos talentos esportivos, por isso a especialização esportiva precoce vem sendo cada vez mais usada por professores e treinadores em clubes e escolas. Nos clubes, nas chamadas categorias de base o que mais acontece é a especialização precoce. Onde técnicos maltratam seus atletas por erros cometidos, pais xingando, frases agressivas entoadas pela torcida e seções de treinamento exaustivas, muitas vezes incompatíveis com a continuação dos estudos dos atletas.

A maioria dos treinadores tem usado essa metodologia imediatista por acharem que descobrirá muitos jogadores talentosos, mesmo sabendo que os danos serão maiores que os benefícios. Portanto, se os responsáveis pelas divisões de base dos clubes estivessem preocupados em desenvolverem atividades que contribuam para o desenvolvimento integral das crianças teria uma maior probabilidade de encontrar novos talentos.

A especialização esportiva precoce vem sendo cada vez mais usada por professores em clubes e escolas. Isso reflete a busca de treinadores e de instituições por mais status na sociedade e uma melhor afirmação de seus nomes.

Especialização precoce – o vilão do Futebol?

Antes de discutirmos sobre os aspectos negativos da especialização precoce precisamos definir o que vem a ser esse vilão dos esportes.

A especialização precoce é uma sobrecarga física imposta a jovens atletas que ainda não estão preparados para receber tais cargas de treino, e assim muitas vezes são acometidos de lesões crônicas que impedem que os atletas possam dar continuidade a prática do futebol.

Para Kunz (2001) o treinamento especializado precoce no esporte acontece quando crianças são introduzidas, antes da fase pubertária, a um processo de treinamento planejado e organizado de longo prazo e que se efetiva em um mínimo de três sessões semanais, com o objetivo do gradual aumento de rendimento, além de participação periódica em competições esportivas.

Treinamento intensivo precoce ou especialização esportiva é o período onde adotam-se programas e métodos de treinamento especializados. É quando a criança faz, sistematicamente, um único tipo de esporte e encontra aulas que não são diversificadas. Implica ainda em competições regulares, aprimoramento técnico dos fundamentos, assim como do conhecimento tático e o desenvolvimento das capacidades físicas direcionadas para o rendimento esportivo. (SANTANA, 2001)

Na mesma concepção Kunz (2001), diz que especialização precoce é o termo utilizado para expressar o processo pelo qual crianças tornam-se especializadas em um determinado esporte, mas numa idade não apropriada para tal. A prática especializada das habilidades de um determinado esporte, sem a prática das atividades motoras, quase sempre traz como consequência o abandono prematuro da prática esportiva.

A especialização precoce é definida como uma prática intensa, organizada e regular para crianças antes das idades normais, aplicando treinos inadequados, onde utiliza-se sistemas de treinos dos adultos em crianças. Em consonância Paes (1997, p. 29) aborda muito bem como deveria ser tratado o esporte:

“O desporto infantil não deve ser orientado para se fazer campeões, pois este é o objetivo das competições para os adultos. Obrigar as crianças a ser campeã é obrigar as crianças a trabalhar numa fábrica e exigir-lhe rendimento”.

A partir de agora serão abordados os malefícios da especialização precoce. Os maiores problemas que um treinamento especializado precoce provoca sobre a vida da criança e especialmente sobre seu futuro após encerrar a carreira esportiva, como, formação escolar deficiente, a unilaterização de um desenvolvimento que deveria ser plural e é reduzida a participação em atividades, brincadeiras e jogos do mundo infantil, indispensáveis para o desenvolvimento da personalidade da criança. (KUNZ, 2001)

Mais problemáticos do que prejuízos a saúde, são os problemas de ordem psíquica. Estes se manifestam e se tornam mais graves, especialmente, em casos onde houve desilusões, fracassos e até mesmo pela falta de talento para a modalidade ou para o próprio esporte em geral. Quando isso acontece os atletas se sentem excluídos e podem levar a anos de martírio. (KUNZ, 2001)

Muitos param de jogar por se sentirem pressionadas, rotuladas, inseguras, lesionadas e não conseguem esquecer a terrível experiência. E pior do que isso elas passam anos se dedicando a um determinado esporte e abandonam. Saindo do mesmo esgotada emocionalmente e inseguras, levando para o futuro possíveis conseqüências.

Há também casos onde médicos ortopedistas pedem para alguns pararem de jogar por causa de lesões nos joelhos, no tornozelo, na coxa, arrancamento de tendões junto à inserção óssea e até mesmo fraturas, devido a criança não apresentar maturação óssea equivalente, pois tem que tratar urgentemente (NEGRÃO, 1980, apud LEITE, 2006). Não podemos mais aceitar técnicos realizando treinamentos em longos períodos e atividades extenuantes que possam causar tais lesões.

Para Voser (2007.) a prática intensa de um esporte competitivo ocasiona uma especialização precoce e traz possíveis riscos em quatro grandes áreas que são riscos de tipo físico, psicológicos, motrizes e riscos de tipo esportivo.

Para os autores os riscos físicos detectados nas crianças foram problemas ósseos, articulares, musculares e cardíacos. Nos riscos de tipo psicológico nas crianças competidoras foram encontrados níveis anormalmente altos de ansiedade, estresse e frustração, também há casos de talentos promissores que se sentem martirizados internamente por fracassos desilusões resultantes de maus resultados em competições, além da conhecida “infância não vivida”, onde deixa de participar das brincadeiras e jogos do mundo infantil e uma formação escolar deficiente. Já nos riscos do tipo motriz a especialização precoce ignora os objetivos educacionais que vários esportes podem oferecer que é o enriquecimento motor. No risco esportivo, pode ser que estará se especializando em uma prática esportiva para a qual ela não tem as mínimas condições especiais exigidas.

Conclusão:

A partir das abordagens acima pudemos ter noção de como muitos ou a maioria dos treinadores e professores estão despreparados. Não se importando com o desenvolvimento integral das crianças, apenas estão preocupados com o status que possa vir a adquirir nesta sociedade capitalista, caso torne sua equipe campeã de alguma modalidade ou se porventura descobrir algum talento esportivo.

O esporte passa a ser utilizado “demagogicamente, para atender as nossas ambições de técnico, bem como às ansiedades de pais, submetendo crianças a terríveis pressões, fazendo com que poucas se tornem atletas, mas muitas percam a infância”. (NISTA-PICCOLO, 1999)

É inaceitável o esporte entrar na vida de uma criança apenas com os referencias de competição e rendimento, fazendo-a persegui-los a qualquer preço. Fomentar entre crianças a idéia de que só a vitória é importante, é incoerente. A criança precisa perceber a importância de saber lidar com as diferenças, e quem aprende que só a vitória tem valor, poderá não saber lidar com as nuanças, valorizar a busca, o esforço próprio, respeitar o outro, interagir, cooperar, rever pontos de vista. (SANTANA, 2001)

Os profissionais do esporte e professores de educação física devem conhecer as etapas a serem seguidas na iniciação/especialização esportiva para que não causem problemas aos jovens, desde uma especialização precoce a traumas que podem perdurar por toda vida do atleta. (NETO, 2008)

A especialização esportiva se tratada de forma correta ajuda no desenvolvimento das crianças em várias esferas, no aspecto social que é estabelecido entre relações com outras pessoas e com o mundo, na filosófica que através da compreensão e questionamento do mundo, no biológico conhecendo, dominando e utilizando seu corpo, e no intelectual que auxilia no desenvolvimento cognitivo. (RAMOS e NEVES, 2008)

Na iniciação/especialização desportiva os treinadores devem proporcionar as crianças um leque amplo de atividades diversificadas em que o jogo e a exercitação sejam realizados de forma a não prejudicar os períodos de crescimento, realizando atividades recreativas, e um programa rico em pequena organização, de ligeiro formalismo, que favoreça à criança um clima facilitador da demonstração da aprendizagem considerada em períodos de curtas atividades em uma semana, duas semanas e que podem assumir as características de jogo-treino, torneios amigáveis, torneios por convite, provas combinadas, tendo a socialização como principal objetivo desses jogos que é muito importante para o desenvolvimento da criança. (PAES, 1997)

Apesar de haver uma grande evolução nas pesquisas e um consenso razoável na área esportiva de que essa especialização precoce submete a crianças a risco consideráveis e pode acontecer ao longo da temporada às crianças desistirem ou se afastarem do esporte. Esses fatos por si só já bastariam para contestar a especialização precoce, porém, ainda há muita resistência por parte dos professores e treinadores. (LEITE, 2007)

As crianças podem e devem participar das escolinhas de futebol desde que as atividades propostas desenvolvam as habilidades propícias à idade em que se encontram, onde essas atividades devem ter caráter lúdico. Os Jogos Desportivos Coletivos traz muitos benefícios a vida das crianças, além de ser um meio de integração social, ele ensina inúmeros valores como a cooperação, respeito às regras, disciplina, respeito ao próximo e aumento do vocabulário motor.

Referências bibliográficas:

KUNZ, Elenor. Transnsformação didático-pedagógica do esporte. Ijuí-SP: ED. UNIJUI, 2001.

LEITE, Werlayne Stuart Soares. Da alienação à estupidez: Especialização precoce e os danos causados à criança. Anais do 3° Congresso Científico Norte-nordeste – CONAFF, Fortaleza, 2006.

LEITE, Werlayne Stuart Soares. Especialização precoce: os danos causados à criança. http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 12 - N° 113 – Outubro de 2007.

NETO, João Baldoino de Almeida. Jogos coletivos na educação física escolar. Hortolândia, FAEF-UNASP, 2008.

NISTA-PICCOLO, Vilma Lení (1999). Pedagogia dos Esportes. Papirus: Campinas.

PAES, Roberto Rodrigues. Aprendizagem e competição precoce: o caso do Basquetebol, 3.ed. - Campinas, SP : editora da UNICAMP, 1997.

RAMOS, A.; NEVES, R.. A Iniciação esportiva e a especialização precoce à luz da teoria da complexidade – notas introdutórias. Pensar à prática. Goiânia, 11 20 03 2008.

SANTANA, Wilton C. Futsal: metodologia da participação. Londrina: Lido, 2001.

VOSER, Rogério da Cunha. A criança submetida precocemente no esporte: benefícios e malefícios. Arquivo disponível on-line em www.futsalbrasil.com.br.

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